segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Socio pg. 5 à 21

Desnaturalizando as desigualdades de gênero:
-Segundo livros de Ciências, as diferenças de sexo são herdadas biologicamente.
-Graças ao processo de socialização, com contato com o mundo social, os valores, crenças, costumes são incorporados na sociedade.
-Gênero das pessoas é definido.
-Existem tarefas e profissões, comportamentos sociais e posições sociais que envolvem preferencialmente homens ou mulheres.
-Por que homens e mulheres ocupam posições sociais diferentes: Por serem naturalmente distintos quanto a ações e por essa diferenciação ter sido socialmente construída (então pode ser transformada)
-Estruturas de gênero e sexualidade: Conjunto de imagens, valores e ideais a respeito do que é ser homem ou mulher. A existência e força dessas estruturas parecem tão naturais que mal são percebidas, pois estão presentes em todas as instituições sociais, moldando corpos, comportamento e relações
-Processos de socialização (que preparam a vida em sociedade) são expostos a várias informações sobre a realidade social. Estas, situam socialmente os indivíduos, que os habilitam a se relacionar com outras pessoas em diferentes espaços sociais. É difícil ter plena consciência das injustiças produzidas pelas hierarquias. A socialização faz com que normas e leis se tornem naturais para todos. Portanto, a função da Sociologia é desnaturalizar essas hierarquias, questionando diversas instituições e organizações sociais que contribuem para reproduzir preconceitos, injustiças e desigualdades baseadas na hierarquia de gênero.
-Nas últimas 4 décadas, várias transformações sociais marcaram tanto a presença de mulheres no mercado quanto as mudanças nos padrões de relacionamento, tais como a maior divisão do trabalho doméstico, que ainda sobrecarrega a mulher por ter que lidar com a jornada de trabalho profissional e doméstica.
-Mesmo que tenham maior escolaridade e desempenhem as mesmas funções, ainda recebem um salário menor em relação ao homem. A diferença de renda é princ. porque as carreiras profissionais mais valorizadas são as ocupadas por homens.
-Violência doméstica é uma outra desigualdade. Há algumas décadas, ainda era aceitável que o assassinato de mulheres por causa de adultério não fosse punido pela justificativa de que o assassino teve sua honra maculada. 43% (2001) de mulheres entrevistadas afirmaram já terem sido vítimas de alguma violência praticadas por um homem.
De onde vem a diferença entre os sexos?
-Homens e mulheres são fisicamente distintos, mas estas não definem atributos sociais como a inclinação profissional.
Maternidade
Fenômeno ligado a causas biológicas e sociais. Etapas da reprodução estão carregadas de símbolos e expectativas sociais. Experiência social de passar por essas etapas é a maternidade.Valores ligados à maternidade e paternidade não são intrínsecos ao homem nem à mulher pois são socialmente construidos de acordo com cada sociedade. Ex: Couvarde, comum entre índios, consiste no descanso da mãe e do pai da criança após o nascimento. Prática do cuidado ou sentimentos relacionados ao instinto materno não estão dados na anatomia corporal feminino. Existem várias formas e valores atribuidos à maternidade. Fatores sociais como o aumento do nível de escolaridade das mulheres fez com que a taxa de fecundidade diminuísse. Portanto, ser mãe não é mais um destino necessário. Alguns mitos: Mães são todas iguais, mulher sem filhos é incompleta, tem um laço natural entre a mãe e seus filhos. Formas de ser mãe variam. Na idade média, crianças viviam pelos feudos cuidadas pelos servos. Não existem comportamento naturalmente femininos ou masculinos.
O gênero como construção social das diferenças sexuais:
-Hormônios diferenciam corpos. Fatores biológicos e psicológicos têm relevância social quando ganham um significado socialmente aceito e difundido. Ex: Maternidade, cheia de significados e símbolos produzidos que geram desigualdade entre homens e mulheres.
-Gênero: fundamental para perceber a produção de ideais femininos e masculinos, e das diferenças atribuídas à eles. Imagens de masculinidade e feminilidade vão se construindo, criando a hierarquia de gênero. A imagem da mãe naturalmente devotada e de um pai provedor.
-Falar de gênero é falar da construção social dos pares masculinidade/feminilidade e vice-versa. Valores e imagens ligados ao feminino e masculino estão relacionados, mas dispostos em forma de hierarquia que tende a desprivilegiar as mulheres. Imagens tradicionais de homens e mulheres não está tão em moda, mas existe e são úteis pois, com o passar da história as hierarquias de gênero justificaram as desigualdades e injustiças na relação dos dois sexos. Até meados do séx. XX, mulheres ainda não tinham acesso ao voto e à exercer a cidadania sob a justificativa de não estarem psicologicamente preparadas, além de serem irresponsáveis e úteis somente para procriar. Essa exclusão se deucom base em visões baseadas na Psicologia e Biologia.

Movimento feminista
Ideias feministas, que denunciam desigualdades entre homens e mulheres tem uma história antiga.
No contexto da rev. Francesa, destacaram-se: Olympe de Gouges (Guilhotinada pela radicalidade de suas demandas) e Mary Wollstonecraft, que escreveram inspiradas nos ideais de liberdade e igualdade, exigindo esses direitos frente a seus companheiros. Reivindicações não eram socialmente reconhecidas.
-Dia Internacional da Mulher: 8 de março, quando as mulheres fizeram uma freve operária em Nova Iorque. Séc. XIX = Bandeiras feministas marcadas pela consolidação do capitalismo dos países europeus e nos EUA. Mulheres passaram a se organizar em fábricas/sindicatos para reivindicar melhores salários e condições de trabalho. Esse período até o início do séc XX ficou marcado pelo movimento sufragista, no qual as sufragettes lutavam pelo voto, estendido somente em 1920.

1ª Onda Feminista no Brasil
Nisia Floresta (1ª feminista brasileira)
Bertha Lutz (Fundadora da Federação Brasileira para o Progresso Feminino e com papel decisivo no direito de voto às mulheres, que foi instituído em 1932 por Getúlio Vargas)
Feminismo no Brasil: da Ditadura Militar à redemocratização (FALTA)

2ª Onda do movimento Feminista:
1960: modelos sociais e culturais questionados fortemente. Reivindicações culturais e políticas intensas geraram a segunda onda do feminismo, no qual as mulheres contestavam os modelos de sociedades herdados da Guerra Fria.
1970: Marco fundador do renascimento do feminismo, no qual as ações pela liberação das mulheres reuniu vários grupos que criticavam a hierarquia e o conservadorismo da época tendo como principal influência a obra de Simone de Beauvoir (com ideias fundamentais para todo o mundo, expressando de forma clara a ideia de que a diferença entre os sexos é dada pela educação, que considera a passividade algo supostamente feminino, negando o determinismo biológico.

2ª Onda nos EUA:
1ª tendência dominante:
Betty Friedan, que denunciava o papel social dado à mulher na ideologia do sonho americano. Donas de casa americanas viveriam um "mal sem nome", pois se mostravam deprimidas e "vazias" pela falta de sentido de suas vidas domésticas. Ela mostrou a tentativa de "especialistas" de curar esse desconforto, mas estes fariam parte da elaboração da mística feminina, produzindo e difundindo esteriótipos que limitavam o papel feminino.
2ª tendência dominante:
Feminismo radical que tinham a sexualidade como principal questão. Kate Millet sintetizou a bandeira em uma obra, a qual critica o patriarcado, que se expressaria tanto dentro como fora de casa, pois algumas instituições sociais compartilham o papel de reproduzir esse domínio.

Diferenças entre as etapas:
1ª: Defesa do direito ao voto e não questionava o papel da mulher na família.
2ª: Tratava de questões íntimas permeadas por relações de poder. O patriarcado e a denúncia da mística feminina foram argumentos para mostrar as formas de controle sobre a mulher, mostrando a desigualdade e a hierarquia nos laços íntimos

De 1990 aos dias atuais:
-Em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher: Servia para não questionar desigualdades de gênero. Mas hoje em dia a violência física e simbólica é considerada algo grave a ser combatido e é resultado de ideias esculpidas por organizações feministas.
-Movimento feminista brasileiro passou por duas transformações, deixando de ser informal para se estruturar em organizações mais hierarquizadas e profissionais e entrando diretamente em espaços político-institucionais do Estado brasileiro, com boa parte das militantes feministas fazendo parte de órgãos estatais.
Difusão e institucionalização do feminismo estão ligadas pois muitas feministas passaram a atuar em órgãos e instituições.
Prioridades para o combate às desigualdades de gênero e à violência contra as mulheres: Acesso à educação, direitos sexuais e trabalhistas.
Uma das conquistas mais significativas: Criação da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, que atua com outros ministérios na elaboração de políticas para combater as desigualdades sociais de vários tipos que atingem as mulheres.
- Direitos: Igualdade frente aos homens.
Política: Criadas ações afirmativas, instrumentos legais que incentivam a participação feminina em eleições e partidos
Mercado de Trabalho: Leis protegendo contra a discriminação
Vida conjugal: Mulher não é mais considerada subordinada ao homem e a Lei Maria da Penha que pune a violência doméstica.

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