terça-feira, 12 de março de 2013

Geografia - pg.5 à 23

Evolução geopolítica no século XX

O século XX foi marcado por transformações políticas e sociais que alteraram limites entre países, reconfigurando o espaço geográfico mundial. As fronteiras e limites são moldados conforme as relações políticas e econômicas entre países e por isso estão diretamente relacionados com os acontecimentos ao longo do tempo.

O mundo antes da Primeira Guerra Mundial (1914 - 1918)

O século XX começou com as relações políticas e comerciais moldadas por nações imperialistas em processo de industrialização. Para a expansão industrial era preciso matérias-primas, energia e um mercado consumidor.
Nessa época, a Europa exercia supremacia econômica (controlava o mercado mundial) e política (grande parte dos países africanos e asiáticos eram colônias europeias).
O cenário mundial era instável, pois estes impérios estavam conduzindo as relações políticas e comerciais conforme queriam. Além disso, a partilha do continente africano e asiático favoreceu a Inglaterra e França, possuidoras de mercados consumidores potenciais que tinham colônicas ricas em matérias primas. O interesse por esses mercados acirrou a insegurança e a partilha, que não foi feita igualmente, deixou alguns países como Alemanha e Itália contrariados.
A Europa apresentava hegemonia externa, mas desigualdades internas. Na política, somente França, Suíça e Portugal eram repúblicas. Os demais, monarquias. Na Europa Ocidental, o processo de industrialização gerava confronto entre a burguesia e a classe operária. Na Europa Centro-Oriental, a nobreza comandava os países.
O desenvolvimento da Alemanha fez com que ficasse mais importante que a Inglaterra, fazendo com que os alemães precisassem de novas áreas para investir e vender sua produção. Assim, estavam em busca de conquistas territoriais mesmo que precisassem entrar em disputas.
O nacionalismo europeu estava exacerbado. Muitos países foram se militarizando para defender seus territórios. Surgiram movimentos nacionalistas:
-Pangermanismo: Buscava unir todos os povos germânicos em um Estado único;
-Pan-eslavismo: Buscava unir os povos eslavos sob o amparo russo;
-Revanchismo: Deflagrado pela França em relação à Alemanha, buscava recuperar a Alsácia-Lorena perdida para o Império alemão.
O aumento da tensão culminou na formação de dois blocos:
-Tríplice Aliança: Alemanha, Áustria-Hungria e Itália
-Tríplice Entente: França, Rússia e Inglaterra.
A Primeira Guerra Mundial afetou países fora do continente europeu também, tanto por invasões, quando pelas epidemias e pela fome. Houveram mudanças nos limites territoriais pois os impérios alemão, russo, austrohúngaro e otomano foram divididos, originando novos países.
Antes do conflito, EUA e Japão disputavam com o continente europeu áreas de influência político-econômica, pois controlavam uma pequena parcela do mercado mundial. Os EUA receberam investimentos da Europa, e o Japão se desenvolveu muito com a Revolução Meiji, integrando o círculo de nações imperialistas na Ásia.
Durante o conflito, os EUA vendiam mercadorias para a Tríplice Entente. Em 1917 entraram oficialmente na guerra usando o pretexto do afundamento de um navio. A Rússia se retirou por causa da revolução socialista em seu território. Isso tudo desequilibrou o embate que terminou com a rendição alemã em 1918 e com o Tratado de Versalhes em 1919, que impunha condições severas para os países vencidos tais como:
-Perda de direitos comerciais;
-Perda do direito de explorar suas colônias;
-Dilapidação (estrago, dissipação) do patrimônio nacional.
Esse conflito alterou a economia mundial, extinguindo a hegemonia europeia e transformando o Japão e os EUA em potências mundiais, que contribuíram para a reconstrução na Europa. O Tratado de Versalhes defendeu a criação de uma organização internacional para assegurar a paz. Em 1920, em Genebra (Suíça), ocorreu a primeira reunião da Liga das Nações cujos objetivos foram a transparência nas relações internacionais, a abolição de barreiras econômicas e a redução dos armamentos. Os países vencidos e a União Soviética (por ser socialista) não podiam participar de tal liga. Junto com a Liga das Nações, foi fundada a Corte Permanente de Justiça Internacional, que buscava analisar as controvérsias jurídicas entre os países-membros.

O mundo entre as duas Grandes Guerras

No período de reconstrução surgiram vários regimes político-administrativos, tais como: repúblicas, monarquias, formulação do socialismo e regimes nazifascistas. A recuperação da Europa foi marcada por instabilidade política e econômica e, apesar de a paz estar declarada, as rivalidades entre os países europeus continuaram e, em alguns casos, aumentaram. A Rússia faltou a debates sobre paz e se voltou à estruturação de seu regime interno.
A economia planificada da Rússia a transformou em portência. Aos poucos, foi ampliando árias de influência no Leste Europeu e constituindo-se na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas: URSS. Isso aumentou o clima de instabilidade, pois havia a possibilidade de expansão do socialismo (ameaça ao mundo capitalista). Nos países em que a recuperação foi mais rápida, setores industrial e agropecuário receberam investimentos, fortalecendo o Estado no controle político-administrativo e contribuindo ao crescimento da cidade.
O mercado econômico mundial foi se ajustando com a tendência do Japão, EUA e da Rússia . O capitalismo e o o socialismo foram envolvendo os demais países.
Em 1940, Alemanha, Itália e Japão (Eixo) adotaram ações expansionistas. França, Inglaterra, EUA e URSS (Aliados) se uniram para enfrentar a situação. A URSS se uniu aos aliados por ser contra à Alemanha.
Isso culminou na Segunda Guerra Mundial, que envolveu interesses políticos e econômicos dos países europeus industrializados, expondo 3 disputas no campo ideológico: democracias liberais capitalistas, socialismo e autoritarismo nazifascista.
Pode ser dividido em 3 fases:
1939 - 1942 = Ofensiva do Eixo: Expansionismo alemão. Japão atacou colônias asiáticas administradas por Ingraterra, EUA, França e Holanda. Alemanha atacou países europeus como Dinamarca, Holanda, Noruega e França.
1942 - 1943 = Segunda fase: Tentativa alemã de invadir a URSS. Batalha de Stalingrado expôs a resistência russa. Contraofensiva dos Aliados.
1943 - Fim = Terceira fase: Alemanha perdeu territórios conquistados. Derrota ocorreu em duas etapas:
1. Oficiais militares alemães se entregaram incondicionalmente em 1945.
2. O Japão se rendeu devido ao uso de bombas atômicas.
A Conferência de Yalta foi um encontro que definiu acordos com o objetivo de assegurar o fim do conflito. Franklin Roosevelt (EUA), Josef Stalin (União Soviética) e Winston Churchill (Reino Unido) se reuniram em segredo para delinear acordos. As decisões tomadas influenciaram o fim da guerra e o período pós-guerra, traçando as diretrizes da Guerra Fria.
A Conferência de Potsdam teve o objetivo de debater e decidir a administração alemã, estabelecendo diretrizes para a ordem no período pós-guerra. Stalin, Winston Churchill, Clement Attlee (Reino Unido) e Harry Truman (EUA) participaram dessa conferência, que respaldou as decisões tomadas em Yalta. Entre elas, a divisão de Berlim e Viena em 4 zonas (Estadunidense, britânica, francesa e soviética), além de definir ações para a desmilitarização e democratização alemã. Antes do fim da conferência, os Aliados deram um ultimato ao Japão para que o fim da guerra fosse declarado. Como não foi aceito, Hiroshima e Nagasaki foram bombardeadas e o Japão se rendeu. Surgimento de novas relações entre os países.

O mundo após a Segunda Guerra Mundial

A derrota do Eixo e o enfraquecimento militar, político e econômico de antigas hegemonias europeias influenciaram a reorganização geo-política mundial. O Japão, ao término do conflito, sofria com a economia e as restrições político-militares. Os EUA se fortaleceram, se tornando a única potência capitalista. A URSS se desenvolve como potência político-econômico-militar socialista, por causa das diferenças entre os países capitalistas. A Revolução Russa possibilitou a reorganização do espaço geográfico e a expansão do território assim como a das zonas de influência. Países que implantaram o socialismo: China, Coreia, Mongólia, Cuba, Angola, Moçambique, Vietnã, Laos, Camboja e Nicarágua.

Mundo Bipolar
Mundo regido pelo embate ideológico entre os EUA e a URSS, período chamado de mundo bipolar, pois os países escolhiam entre um sistema e outro. De acordo com o alinhamento político-econômico-militar, eram classificados como:
-Primeiro Mundo: Países capitalistas desenvolvidos aliados ao EUA. (Canadá, nações da Europa Ocidental, Japão, Austrália, Coreia do Sul.
-Segundo Mundo: Países socialistas, com economias planificadas - URSS e nações socialistas (China, Albânia, Iugoslávia, Vietnã).
-Terceiro Mundo: Países subdesenvolvidos não aliados a nenhum dos dois. Muitos foram palcos de conflitos entre as duas superpotências.
A Europa estava dividida entre as duas duas superpotências: A porção ocidental sob comando dos EUA e a oriental, URSS. Como estas se equilibraram no poderio militar e havia equilíbrio economico, esse período ficou conhecido como Guerra Fria. O início da Guerra Fria ocorreu quando os EUA lançaram as bases da Doutrina Truman (geopolítico - contenção do socialismo) e do Plano Marshall (econômico) para a Europa, impedindo o expansionismo soviético. No começo, o Plano Mashall foi proposto à todos os países, mas a URSS não aderiu e foi expandindo a área de influência socialista aos países do Leste Europeu: Cortina de Ferro.
Em 1951 foi elaborado o Plano Colombo = Reestruturação social para os países asiáticos.
Comecon, Conselho para Assistência Econômica Mútua = Instituido pela URSS visando integrar economicamente os países do Leste Europeu com a Alemanha Oriental, Tchecoslováquia, Polônia, Bulgária, Hungria e Romênia.

Consequência da rendição alemã: divisão dos países com a criação da República Federal da Alemanha (RFA) ou Alemanha Ocidental. Sua capital era Bonn. A parte sob comando da URSS se transformou na República Democrática Alemã, ou Alemanha Oriental (RDA). Capiral era Berlim. Berlim foi dividida em 4 setores: o oriental, e o ocidental administrado pelos EUA, França e Reino Unido.

Corrida armamentista

A Guerra Fria é também chamada de paz armada. Para manter o potencial bélico, EUA e URSS investiam em projetos de pesquisas e em tecnologia para desenvolver novas armas. Enquanto o potencial bélico estivesse equilibrado, haveria "paz". Os dois países fabricaram armas convencionais, químicas e biológicas, também aperfeiçoando as bombas atômicas. Os EUA lançaram bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, tendo o Japão se rendido depois. A URSS produziu bombas atômicas em 1949. Cada um dos dois queriam mostrar mais poder bélico que o outro. Um dos setores desenvolvidos devido à corrida armamentista foi o espacial, sendo lançado o Sputnik e o mundo presenciando a chegada do homem à Lua. Apesar do investimento, a atuação dos dois era diferente. A URSS investia pesadamente no setor bélico e pouco nos demais, mantendo setores com técnicas tradicionais. Os EUA investiam em todos os setores, resultando em mais desenvolvimento e crescimento econômico.

OTAN e Pacto de Varsóvia

O bloqueio de Berlim influenciou a criação da Organização do Tratado do Atlântico Norte - OTAN, cujo objetivo era defender os "aliados" capitalistas e conter a expansão da URSS. Sua base foi instalada na Bélgica garantindo influência dos EUA na Europa, além do controle do setor bélico desses países pelos EUA. A OTAN também defenderia seus países-membros podendo intervir e auxiliar em caso de conflitos com países não-membros. Quando a URSS fechou as rotas terrestres que permitiam o abastecimento no lado ocidental da cidade, a OTAN organizou uma ponte aérea para tal. Como resposta, a URSS criou o Pacto de Varsóvia, uma aliança militar objetivando a defesa mútua dos países-membros (repúblicas que formavam a URSS).

Com o fim da URSS, o Pacto de Varsóvia foi extinto e a Rússia reformulou sua estrutura militar. A OTAN aceitou mais alguns países como membros, inclusive a Rússia por meio da assinatura do Conselho Rússia-OTAN, envolvendo o controle de armas, conflitos regionais e missões de paz. A Atuação da OTAN passou a ser mais intervencionista.

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Resumo do texto da revista:

Nazismo: Poder nas mãos de um único partido, ação violenta de grupos paramilitares, culto à personalidade do líder, supressão das liberdades individuais e controle absoluto da imprensa e economia.

Guiados por Hitler, seus seguidores transformaram o estado em uma máquina de matar, levando à morte mais de 70 milhões de pessoas – 6 milhões exterminadas nos campos de concentração.

Nazismo começou em 1933, quando Adolf Hitler se tornou primeiro-ministro, sendo levado ao poder por resultado de uma mistura de ressentimento, ódio racial, fanatismo, falta de informação e o sonho de glória nacional de uma população desmoralizada.

O ressentimento era disseminado. A Alemanha foi obrigada a se render em 1918. A economia caiu por terra e o povo sofreu com o desemprego, fome e pela hiperinflação. O ódio racial foi direcionado aos judeus. A falta de informação veio com a destruição da imprensa livre e o monopólio das comunicações pelo rádio.

Essas circunstâncias histórias não podem se repetir no mundo de hoje, mas o fascismo se infiltra em toda brecha deixada pelas instituições democráticas. Hoje, nenhum ditador pode adotar um projeto de expansão territorial. O custo é impagável. Mas o expediente de Hitler de usar a democracia para chegar ao poder e depois destruí-la continua sendo tentada nos dias de hoje.

O regime que viu a ascensão do nazismo foi moldado pela República de Weimar, onde uma assembléia se reuniu para criar uma democracia parlamentar. Homens e mulheres com mais de 20 anos ganharam o direito ao voto, as Forças Armadas foram subordinadas ao Poder Legislativo. Houve a proibição de demitir alguém por questões de gênero, religião ou política. Mas essa república ficou conhecida mesmo pelo Tratado de Versalhes. A Alemanha perdeu 13% de seu território, 70% da produção de ferro e ¼ das minas de carvão. Exigia-se o pagamento de muitos marcos alemães para reparação de guerra. Os radicais da esquerda e da direita culpavam o Parlamento pela escassez e hiperinflação. Hitler se projetou em meio à isso, prometendo aos empresários impedir a revolução comunista. Aos humilhados pelo Tratado de Versalhes, dizia que o país deveria expandir seu território e cancelar os pagamentos das reparações de guerra. Para os desiludidos, discursava contra os judeus capitalistas. Para os jovens, prometia empregos. Ele era filiado ao Partido Alemão dos Trabalhadores. O Putsch de Munique rendeu a Hitler a notoriedade nacional que procurava. Em um julgamento, foi acusado de simpatia pelo nazismo e condenado a 5 anos de prisão. Cumpridos 9 meses, que passou escrevendo Mein Kampf (Autobiografia que expunha ódio aos judeus e pregava a expansão territorial), saiu da cadeia. Nas campanhas eleitorais, o ódio racial foi abrandado. Muitos acreditavam que Hitler esqueceria o assunto no poder. Com um pouco mais de um terço dos votos, Hitler arrancou o cargo de chanceler de Paul Von Hindenburg. Se aproveitando de um incêndio, culpou os comunistas e Hindenburg lhe cedeu poderes ditatoriais para acabar com a “insurgência bolchevique”. Quando morreu, o velório de Paul foi a primeira demonstração pública do poder de Hitler.

Não se pode fazer parte do povo senão aquele que tem sangue alemão. Mediam-se a largura do nariz e o tamanho da cabeça para distinguir indivíduos. Surgiu a idéia de esterilizar cidadãos defeituosos.

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